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Saiba como o exercício depois dos 40 anos pode ser prazeroso

Nesta fase da vida, a demanda de saúde e percepção sobre os processos de amadurecimento do corpo começam a ficar mais evidentes. Por isso, busque as atividades que gerem bem-estar.

A busca por uma vida mais saudável, com menos doenças, mais aptidão e autonomia é um desejo quase unânime das pessoas. Com tanta informação sobre os benefícios de uma vida ativa, pensar em buscar esse caminho já passou pela cabeça de quase todas as pessoas. No final dos 30 e 40 anos, a maioria dos adultos passaram pelas questões estéticas demandadas pela sociedade nos anos de vida anteriores. Muitos já casaram, têm filhos e uma demanda profissional maior. A preocupação estética, grande motivadora na juventude para a prática de exercícios, claramente diminui. Ao mesmo tempo, a demanda de saúde e a percepção sobre os processos de amadurecimento do corpo começam a ficar mais evidentes.

Sabemos, por exemplo, que nessa idade ocorrem 70% dos acidentes cardiovasculares da população, dado este que corrobora com essa percepção natural sobre a própria saúde já não ser mais a mesma. Entretanto, uma situação aparentemente curiosa chama a atenção: com todas essas mudanças, tanto na percepção da própria saúde quanto, efetivamente, nos indicadores clínicos, somadas às mudanças de prioridades pessoais de vida e à enorme quantidade de informação sobre a necessidade de uma prática de atividade física regular, tudo isso parece não ser suficiente para mover as pessoas na direção de uma vida realmente ativa.

Mas, então, o que está acontecendo? Qual a razão ou a origem desse fenômeno? O que faz com que as pessoas tendo tantos motivos para iniciarem não queiram ou não consigam começar e permanecer ativas? Esse tema muito me agrada, pois, como estudioso do comportamento humano relacionado ao exercício, consigo observar, entender e identificar diversos motivos para o fenômeno descrito. E não, não é apenas responsabilidade sua, que está nessa faixa dos 35 aos 50.

Em primeiro lugar, o problema começa na infância, quando as crianças são expostas ao exercício competitivo e esportivo como uma das únicas possibilidades. A escola confunde educação física com esporte e leva os conteúdos esportivos para a aula, colocando subliminarmente na cabeça das crianças a ideia de que movimentar-se para a saúde tem que estar ligada a algum jogo coletivo com bola, formando assim, pessoas avessas ao movimento, em suas outras diferentes formas ou expressões.

O segundo ponto muito importante é que os ambientes para a prática de atividade física, bem como os programas e produtos não são direcionados para os “não-fanáticos”. A maioria esmagadora dos ambientes que pensam em oferecer serviços, criam um único ambiente para iniciantes e avançados, onde os avançados dominam, não só na utilização do espaço, como também na pressão psicológica que “impõe” ao ambiente, pois como são frequentadores de alta utilização, acabam tendo resultados e conseguindo corpos que os “não-fanáticos” dificilmente conseguirão alcançar com uma frequência, intensidade de treino e disponibilidade menores de ações complementares, como, por exemplo, grandes mudanças alimentares. Logo, não é o ambiente ideal.

Dessa forma, temos um cenário claro, onde uma grande quantidade de pessoas – que ultrapassa os 90% – se identifica com essa falta de espaço e de opções de mercado para solucionar essa demanda e nicho. Diante desse cenário, é preciso observar um fenômeno interessante na prática de atividades físicas.

Nos clubes e estúdios de atividades físicas, encontramos um grande número de praticantes do estilo “não-fanáticos”, alguns que um dia já praticaram um esporte, que gostam de praticar mas que não gostam da atividade nos moldes citados acima, e preferem um ambiente onde a questão estética não seja medida ou observada. São pessoas que procuram praticar algo que lhes proporcionem prazer.

Nesses clubes e estúdios, também é possível encontrar pessoas que querem fazer atividade regular, já sabendo ou percebendo que precisam mais para a saúde do que para a estética ou qualquer outra coisa. E com essa intenção, procuram locais menores, com menos gente “sarada” ou menos exposição, para terem sua rotina sendo exercida com mais conforto emocional. Esses tipos têm, em média, mais de 35 anos, outro grau de maturidade e outra demanda social, profissional, familiar, etc., bem como outra demanda fisiológica e emocional.

Exercitar-se com mais tranquilidade, para obter melhoras de saúde realmente palpáveis e consistentes para um processo de desenvolvimento com mais qualidade de vida. Então, para você que está nessa faixa etária, que se identificou com os cenários e que sabe que é importante se movimentar para sua saúde, já tem alguns indícios de caminhos mais fáceis e viáveis para começar a sair do sedentarismo.

Você que gostava de jogar futebol ou vôlei nas escolas, saiba que os clubes têm quadras e pessoas, também da sua idade e que igualmente não estão na melhor forma estética possível, mas que praticam algum jogo entre amigos (as), com prazer e diversão. Nesses locais, também há a possibilidade de praticar aulas de tênis de maneira individual ou aprender uma habilidade desde o começo e aos poucos evoluir, enquanto mantém o corpo ativo e saudável.

Agora, se você não curte esportes ou modalidades, os espaços menores, como estúdios, que são micro academias, capazes de ter uma preocupação maior com seu bem-estar e com o atendimento do que com resultados ultra estéticos são uma opção muito interessante. Nesse tipo de local, existem diversos modelos, com atividades diferentes, onde você vai se exercitar e se distrair em um momento dedicado para você, no seu dia, para que cuide da saúde e ainda possa bater um papo interessante e sair da rotina.

Fonte: http://globoesporte.globo.com